quarta-feira, 25 de março de 2009

Ora sapos!

Baseado em fatos surreais:

Ele se achava um sapo daqueles bem verdes e gosmentos.
E via nela uma princesa, das mais graciosas, lindas, cor-de-rosas, cheirosas, encantadoras, perfeitas que ele já tinha visto.

Há muito tempo, ele passou a olhar para ela com olhos de príncipe. Ela nunca notou. Ou nunca quis notar.

De tanto que se esforçou para ser príncipe, nunca notou que ela era, na verdade, uma sapa que procurava por um príncipe de verdade.
Ele não notou que nunca seria bom para ela, pelo simples fato de eles serem o mesmo, e esperarem pelo mesmo - ele procurava uma princesa, ela, um príncipe.

Mas ele não viu. Escorregou em suas próprias ilusões e deixou-se levar por elas: viu vários príncipes ao redor de sua princesa imaginária, alguns até existiam, outros não. Quis lutar com todos.
Bateu pino. Lutou contra moinhos de vento achando estar combatendo o grande inimigo.

Vendo que ela achava tudo aquilo muito estranho, quase repulsivo, ele resolveu coachar.

E coachou para ela durante várias madrugadas. Dizia que tinha certeza de que merecia ela. De que merecia que todos os seus sonhos fossem realizados. De fato ele merecia, era um sapo bom. Mas ele estava sonhando errado.

Ela tentou por diversas vezes mostrar-lhe a realidade, não tentando colocá-lo em seu lugar, mas sim mostrando para ele quem ela era, e o que buscava para si.
Mas ele não quis enxergar. Tinha certeza das coisas erradas. E fantasiava cada vez mais.

De tanto tentar ser o príncipe, virou madrasta. Tudo o que ele fazia parecia ameaçar o brilho natural dela. Toda energia era negativa e todo apelo, desesperado.

Esse conto não ainda não terminou, mas sei que terá um final feliz. Na verdade, dois: um para ele e outro para ela.

"costuro seu nome na boca do sapo!"

2 comentários:

Rose disse...

PROCURANDO POR PIMENTAS...
Menina, vc é em divertida.
Valeu.

Unknown disse...

Carol!!! amei, fiquei até emocionada!!!!!! beijos